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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

JOSÉ BONIFÁCIO - UM HERÓI ESQUECIDO PELO BRASIL



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O serviço que José Bonifácio prestou ao Brasil, dando à independência da Colônia de Portugal um sentido de todo diferente das independências das colônias da Espanha, foi imenso. Sua grandeza cresce com o tempo.

Soube fugir à tentação das popularidades fáceis, entre os radicais mais ruidosos, que o cercava e do perigo que nos conduzia: o da fragmentação. O da desunião: brasileiros contra brasileiros. O do separatismo: em vez de um Brasil só, vários Brasis Estados. Uma América Portuguesa ainda mais dividida que a Espanhola em repúblicas inimigas umas das outras.
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Houvesse educação cívica no Brasil de hoje, e a honra a José Bonifácio seria muito maior do que a que tem sido prestada. 
Não se compreende que a sua vida não esteja dramatizada num filme,
Não se compreende que suas ideias, suas iniciativas, seus projetos inspirados num lúcido amor pela pátria que organizou sem repudiar Portugal, nem aguçar-se em detrator dos portugueses não sejam temas mais frequentes para composições escolares, teses universitárias, ensaios que as universidades, as academias, os institutos consagrassem com seus melhores lauréis.
Tão pouco se compreende que o Itamarati deixe de projetar no estrangeiro figura tão completa de estadista, salientando-se, em publicações em várias línguas, ter sido o patriarca da Nação brasileira,  um homem de ciência, um humanista, um sábio, um “scholar”, embora, em dias difíceis, soldado. Mas como homem público eminentemente civil. Negando, a aura do politiqueiro, do demagogo, do adulador, quer de ricos, quer de multidões com sacrifício da “sã política”. Aquela “sã política” que só se sente comprometida com os grandes interesses gerais; nunca com os simplesmente privados ou de facção.
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José Bonifácio de Andrada e Silva poderia ser visto como nosso “pai-fundador”, à semelhança dos founding fathers nos EUA.
Você já deve ter ouvido falar dele nas aulas de História dos tempos de colégio, provavelmente como um sujeito não muito elogiável. Essa leitura parcial dos eventos históricos – criminosa e engenhosamente orientada, desvirtuaram a uma gem desse grande brasileiro, numa sequência de tristes opções por um viés estatizante e excessivamente centralizador de poder, bem como um apelo imaturo e precipitado a bruscas mudanças .
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Bonifácio, defendia a abolição da escravatura, a qual via como desumana e mancha vil na sociedade brasileira.
Entendia Bonifácio ser o direito de propriedade, como de fato é, fundamental. Diante, porém, do uso equivocado desseentendimento por parte dos paladinos do escravismo, pontuou certeiramente:
”Se a lei deve defender a propriedade, muito mais deve defender a liberdade pessoal dos homens, que não pode ser propriedade de ninguém, sem atacar os direitos da providência, que fez os homens livres, e não escravos.”
Ao contrário mesmo de alguns dos grandes fundadores da pátria americana, o “founding father” brasileiro compreendia na pluralidade étnica local algo positivo, e defendia a ampla miscigenação, subsequente à promoção dos negros escravos à condição de cidadãos.
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Sobre ecologia e conservacionsmo, Bonifácio questionava: Quais regimes de fato, mais agrediram o meio-ambiente: os países capitalistas, onde se devem considerar inegociáveis o conceito de propriedade privada e o saudável interesse pessoal – evidentemente, ao lado da instrução e educação, também elemento profundamente valorizado e estimulado por Bonifácio –, ou os regimes comunistas, que por vezes provocaram devastações com o simples objetivo de engrandecerem a imagem da opulência estatal?
Em seu pequeno comentário intitulado Caráter geral dos brasileiros, ecoando seu desejo de que o Brasil se notabilizasse como uma nação rica em conhecimento e filosofia, Bonifácio conclui dizendo que nossos compatriotas “empreendem muito, acabam pouco. Sendo os atenienses da América, se não forem comprimidos e tiranizados pelo despotismo.” O vaticínio até agradável somente se cumprirá se vencermos justamente essa batalha contra os anseios de grupos que não enxergam tão bem – ou não querem enxergar –a importância de garantir ao indivíduo suas liberdades e sua consequente dignidade.

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