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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

HUMANISMO / O BEZERRO DE OURO DO SÉCULO XXI


Resultado de imagem para Daniel J. MahoneyMaquiavel acusa os cristãos de FALTA DE CIVISMO. Por terem sua atenção distraída pelo céu, o cristão negligencia a realidade na terra. Uma vez que a realidade material acaba sendo o único tipo de realidade que  Maquiavel admite, ele trabalha para substituir o Príncipe da Paz pelo Príncipe da Guerra.
Maquiavel também declarou ser a religião cristã como uma religião civil, não mais uma religião profética, afirmando o "direito divino" dos príncipes nas monarquias absolutas da Europa.
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Mas o caráter profético do cristianismo se mostrou fraco, pois  os novos estados caíram em intransigentes guerras religiosas, tanto entre eles quanto dentro delesCorretamente alarmada por essa combinação de poder político com fervor religioso, a descendência filosófica de Maquiavel começou a formular regimes que poderiam resolver esse problema "teológico-político":
o absolutismo francamente materialista ou "secular" de Hobbes, segundo o qual o monarca determinaria a religião de seus súditos, enquanto canalizando-os para as buscas pacíficas do comércio;
 ou o republicanismo de Locke e Montesquieu, cujos regimes igualmente comerciais tirariam a forte religiosidade da política, tolerando todas as seitas que respeitassem os direitos naturais e civis dos cidadãos. 
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Humanismo

Humanismo é uma corrente filosófica da prepotência humana, que coloca a si mesmo como o fator mais importante do universo, mesmo após provado que a humanidade insignificante não passa de um ponto irrelevante boiando sem rumo em algum local da via láctea.
Este movimento filosófico completamente marrento promove o narcisismo humano e a ilusão que temos poder de decisão e capacidade para gerenciar sozinhos o nosso destino e o destino de todo restante da humanidade.

O humanismo é basicamente apenas mais uma teoria que busca reforçar a lógica infantil do ateísmo, exaltando valores como a ética e a racionalidade (só para não parecerem satânicos também). Tudo através do narcisismo humano e seu apego natural egoísta e mesquinho.
O humanismo ganhou força no renascimento, onde virou moda  ler e interpretar porcamente os antigos textos latinos de Cícero e Lucrécio e correntes como o estoicismo e epicurismo que voltaram à moda.
Era o fim da escolástica (como era chamado um sistema medieval de torturas mentais e psicológicas). As pessoas passaram a interessavam-se mais por alquimia e ocultismo, para tentar entender a peste negra da era medieval.
Francis Bacon, o pseudo filósofo, propôs uma nova abordagem do humanismo, o método da indução presentes em seus livros como Os Mistérios da Lua Wicca

Embora os cristãos monarquistas mais antigos tivessem reagido (como na Santa Aliança da Europa), no final do século XIX a Europa se viu dividida entre repúblicas amplamente seculares na Inglaterra e na França e oligarquias seculares na Alemanha e na Áustria-Hungria. Daí a grande guerra.

Décadas antes dessa guerra, Alexis de Tocqueville percebeu uma consequência social imprevista do estatismo maquiavélico. Para negar o Céu em nome da defesa da Terra, os homens estavam rejeitando não apenas a doutrina cristã, mas também a orientação religiosa. 
Ou seja, eles estavam ignorando tudo o que está "acima" do homem em prol do que está dentro e ao redor dele. 
Fisicamente acima de nós, até mesmo as estrelas estão realmente abaixo de nós, objetos a serem conquistados ao longo do resto da natureza.Rejeitar o “alto” simultaneamente eleva o homem ao governo mundial e democratiza a ordem social. É verdade que o cristianismo insistia na igualdade humana, mas era a igualdade humana sob Deus; Tocqueville chama o cristianismo de um legado precioso da vida aristocrática porque a revelação da igualdade humana, do "ser-espécie" humano (como dizem alguns dos contemporâneos de Tocqueville) veio "de cima", de Deus que andou na terra, mas não da terra.
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Tocqueville esperava que as aristocracias dos antigos regimes continuassem a declinar, mas com a esperada ressalva de que o fizessem com graça, orientando as sociedades modernas recém-democratizadas para longe do maquiavelismo, longe do materialismo, longe do "duro" despotismo de Napoleões vindouros, mas também longe do regime que Tocqueville suspeitava mais provável: o despotismo "suave" dos estados administrativos, onde os novos "aristocratas" ou oligarcas governariam não pela autoridade de Deus e de homens eminentes, mas pela autoridade impessoal da ciência, visando a contínua "conquista da natureza para o alívio da propriedade do homem", como aquele maquiavélico, Francis Bacon, havia descrito o "projeto" moderno. A Grande Guerra demonstrou as conseqüências de falhar o suficiente para ouvir o conselho de Tocqueville.
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O livro de Daniel J. Mahoney apareceu no centésimo aniversário daquela guerra, um conflito de regime brutal lutou em grande medida dentro dos limites da modernidade materialista, social e moralmente democratizada. Depois de uma breve tentativa de um "idealismo" cristão e secularizado, instigado pelo Presidente Wilson, o mais duro de todos os despotismos surgiu para desafiar repúblicas comerciais flácidas, cujos cidadãos provaram ao mesmo tempo espiritualmente em estado de choque pela guerra e preocupados demais com a guerra. a busca de prazeres para resistir a tempo de impedir uma guerra ainda maior.
Uma previsão marcante da América republicana, socialmente igualitária, enfrentando a Rússia despótica e socialmente igualitária, “cada qual com metade do mundo em suas mãos”, finalmente se tornou realidade.
Como Mahoney observa, no entanto, pouco antes do início da Guerra Fria, um obscuro escritor católico húngaro chamado Aurel Kolnai alertou contra um progresso subjacente não de duro, mas de suave despotismo, "A tendência das pessoas em uma era democrática para se baseiam no “homem como tal”, que, nessa visão, é visto como a “medida de tudo”.
 Um verdadeiro remanescente, no sentido bíblico, do Sacro Império Romano. Kolnai chamou a manifestação ideacional dessa tendência de “humanitarismo”.
Enquanto Maquiavel insistira no que ele chamava de verdade efetiva do materialismo - eficaz porque apenas uma mão material segurando um objeto material realmente sabe o que é real, evitando as ilusões da realidade. Do olho (filosofia idealizadora) e do ouvido (religião sobrenatural) –
Os novos Maquiadores do suave despotismo enalteceram o que Mahoney, seguindo Kolnai, caracteriza como a suposta “verdade efetiva do cristianismo”. uma deformação pseudo-religiosa do cristianismo, agora concebido como uma religião da mão, embora uma mão amiga, estendidos para aplacar as dores que a carne é herdeira, muito sem necessidade de “pontos de referência transcendental” proeminentemente o Deus da Bíblia.

Tal igualitarismo sacrifica não apenas a “altura” espiritual, mas também a profundidade espiritual e psicológica, sendo incapaz de “aceitar o drama do bem e do mal na alma humana”. O “mal” agora derivaria não de seres humanos, muito menos de um anjo arruinado, mas da "sociedade", cujos males resultaram de seu igualitarismo incompleto . A cura para os males da democracia, como John Dewey entoava, era mais democracia; a cura dos males remanescentes do homem democrático era mais igualdade social, animada por uma nova forma de caritas , compaixão ou sentimento de companheirismo - tendo substituído os rigores do amor cristão de Deus e do próximo, um amor ordenado "do alto, E, portanto, suspeito. 

Mahoney vê os paradoxos resultantes: “Nós, modernos”, estremecemos com a pena capital para os culpados (vítimas, como supomos, dos males sociais), mas “aceitamos o aborto e a eutanásia e os tornamos partes obrigatórias de um regime de direitos humanos”; rejeitando qualquer “ordem natural das coisas, uma hierarquia objetiva de bens morais, acessível aos seres humanos através da razão natural, consciência e senso comum”, nosso “relativismo moral coexiste com o moralismo ilimitado”, como (por exemplo) quando administradores universitários, professores e os estudantes se movem para reprimir qualquer um que ouse questionar o novo regime de diversidade. “Um tipo de existencialismo juvenil, marcado mais pela farsa do que pela angústia, tornou-se a posição padrão de nossa época.” De fato: sob o regime do igualitarismo social, até os leitores de Nietzsche se curvaram, a antiga paixão aristocrática por uma aristocracia global substituída por uma paixão democrática por animais de rebanho administrada por burocratas. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairú , O PRIMEIRO ECONOMISTA DO BRASIL

Visconde de Cairu, Um moralista nos trópicos

O pai-fundador do Direito Comercial brasileiro



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Indignação: dever cívico e cristão / Alderi Souza de Matos, historiador e filósofo cristão.


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Indignação: dever cívico e cristão
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A propósito da recente onda de manifestações públicas em diversas cidades do Brasil, é ilustrativo o artigo: Indignação: dever cívico e cristão, de Alderi Souza de Matos, historiador e filósofo cristão.

Estamos acostumados a pensar na indignação como um sentimento negativo. Certamente ela pode ter essa conotação, como a própria Escritura aponta em diversas passagens. O apóstolo Paulo, ao falar de algumas atitudes que os cristãos deviam abandonar, começa a lista mencionando a ira, a indignação e a maldade (Cl 3.8). É claro que aqui o termo significa desejar o mal para outra pessoa, sentir ódio, e nesse sentido só pode ser algo condenável. Em outros textos, porém, a palavra adquire um sentido positivo, indicando uma reação de inconformidade e de repúdio ao mal, ao erro, à injustiça. Um dos provérbios de Salomão afirma: “Os que desamparam a lei louvam o perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele” (Pv 28.4). O próprio Jesus teve esse sentimento em algumas ocasiões (Mc 3.5; 10.14).
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Corretamente entendida, a indignação pode ser uma atitude não apenas aceitável, mas absolutamente necessária para que certas situações sejam transformadas. Sentir indignação significa reagir diante do mal, não ficar passivo e indiferente, protestar ativamente contra aquilo que atenta contra a verdade, contra a justiça, contra a dignidade humana. Esse é um sentimento que infelizmente tem faltado aos brasileiros, em especial a muitos cristãos. Vivemos num país marcado por clamorosas distorções, por horrendas deturpações em nossa vida nacional... e ficamos calados. Com o nosso silêncio, contribuímos para que o mal se perpetue, aumente e pareça normal. Existem algumas áreas em que devemos mostrar o nosso protesto vigoroso, e também a nossa disposição de dar uma contribuição positiva, de oferecer alternativas melhores.
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Sociedade e cultura
Ao lado de muitas coisas apreciáveis, a nação brasileira possui elementos de grande malignidade, que deveriam despertar a indignação de todos, a começar dos cristãos. O nível de violência de nossa sociedade é inaceitável para um país que se diz civilizado, uma “potência emergente”. A criminalidade é um câncer que corrói o tecido social, gerando destruição, desespero, um senso permanente de medo e ansiedade. A periculosidade do trânsito em nossas ruas e estradas é sabidamente uma das maiores do mundo. Devido a esses males, todos os anos milhares de pessoas, a maior parte jovens, perdem a vida, deixando famílias destroçadas pela dor e imensos prejuízos para o país. O desrespeito pela vida humana no Brasil também assume outras formas, como as condições aviltantes em que vivem milhões de pessoas e a lamentável situação de boa parcela dos serviços de saúde pública. No entanto, o fatalismo amortece as consciências e pouco se faz para mudar tais situações.
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Precisamos protestar e clamar contras essas indignidades de maneira vigorosa e ao mesmo tempo inteligente e criativa. Um belo exemplo desse tipo de iniciativa é o movimento Rio de Paz, da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca, pastoreada pelo Rev. Antônio Carlos Costa, que por meio de ações silenciosas, mas de grande dramaticidade (como colocar milhares de cruzes numa praia), procura sensibilizar governantes e opinião pública para os números da violência no Brasil. Todos nós podemos fazer telefonemas, enviar e-mails, contatar os nossos representantes, apelando contra a impunidade, reivindicando leis mais rigorosas, exigindo maior responsabilidade e eficiência das autoridades.

Política e governo
Outra área em que ocorrem chocantes deformações da vida nacional brasileira é o setor político. Diariamente, nos noticiários, somos obrigados a assistir ao espetáculo deprimente dos órgãos legislativos com suas CPIs ineficazes, com seus conselhos de ética coniventes com o erro, com seus deputados e senadores sob permanente suspeita de irregularidades. São nossos representantes, são pagos com os nossos impostos, mas muitos deles estão mais interessados em defender as suas agendas pessoais, os seus mesquinhos interesses paroquiais e partidários. Quanto ao executivo federal, é dirigido por um líder que gosta de exaltar as virtudes da democracia, mas tolera ações ilícitas de movimentos de esquerda, prestigia governantes estrangeiros que violam direitos humanos e, em nome do questionável conceito de “governabilidade”, adula partidos e políticos conhecidos por sua falta de integridade moral.

Onde está a nossa indignação contra tal estado de coisas? Seria maravilhoso se o povo brasileiro demonstrasse nesse âmbito o mesmo entusiasmo que tem, por exemplo, pelos esportes. Muitos fazem tudo pelo seu time preferido, até cometem desatinos, mas onde está a torcida organizada a favor do Brasil, onde estão aqueles que vestem a camisa do patriotismo, da defesa da lei e da ordem, a começar pelas altas esferas do poder? Precisamos nos mobilizar, mostrar a nossa insatisfação, a nossa divergência do que está ocorrendo, sair do marasmo, da passividade cúmplice, pelo voto responsável, pela cobrança de coerência, de resultados, de ações moralizadoras. A experiência tem demonstrado que, quando as pessoas se mobilizam e reivindicam, os mandatários respondem.


Os cristãos em geral e os evangélicos em particular não terão autoridade moral para clamar contra essas aberrações da vida brasileira, não poderão ser a “consciência do Estado”, se não tomarem providências, ao mesmo tempo, para pôr em ordem a sua própria casa. Em décadas passadas, a imagem dos crentes era positiva. Embora considerados um tanto esquisitos, chamavam a atenção pelo estilo de vida simples, pela integridade pessoal, pela rigorosa honestidade. Hoje, teologias deturpadoras do evangelho geram uma cultura religiosa triunfalista que anestesia as pessoas e as torna incapazes de ver os seus próprios erros. Os líderes recebem dos seus fiéis carta branca para fazerem o que desejam sem ser questionados ou criticados. Quando ocorre alguma denúncia, por mais fundamentada que seja, é interpretada como perseguição, ataque do “inimigo” e desrespeito pelo servo do Senhor.

Com isso, as igrejas evangélicas deixaram há muito tempo de ser sal e luz na sociedade brasileira. São percebidas como mais um segmento a lutar pelo próprio sucesso, pela defesa de seus interesses corporativos, e não pelo bem da coletividade. Os evangélicos conscienciosos são desafiados a clamar contra os pecados da igreja brasileira, sua rendição aos valores da sociedade materialista, seu afastamento dos preceitos de Cristo. Eles precisam se levantar e bradar contra os erros de seus dirigentes, contra as mensagens falsas e demagógicas de seus pregadores televisivos, e dizer-lhes que terão de prestar constas de seus atos às pessoas e a Deus.

Conclusão
É compreensível o sentimento de impotência e desalento que toma conta de muitos brasileiros de boa vontade, inclusive nas nossas igrejas, diante de vícios tão antigos, poderosos e arraigados que existem em nossa sociedade. Tem-se a impressão de que será impossível extirpá-los do nosso meio. No entanto, a experiência de outros povos mostra que não precisa ser assim. Na Inglaterra do século 18, a indignação e as ações concretas de muitos líderes cristãos, como o político William Wilberforce, contribuíram para o fim do tráfego de escravos e a eliminação do trabalho infantil. Nos Estados Unidos, já no século 20, o protesto do pastor Martin Luther King iniciou o vigoroso movimento que resultou no fim da segregação racial. Mesmo quando os esforços dos cristãos terminam em aparente derrota, como no caso de Dietrich Bonhoeffer, que foi morto por conspirar contra o diabólico regime de Hitler, seu exemplo e testemunho inspiram muitas pessoas a lutar pelo bem. Fiquemos indignados de maneira correta, pelos motivos corretos -- é nosso dever como cristãos e como cidadãos